Obrigado, Cajá. E até logo!
9 de setembro de 2019. Uma noite inesquecível para os torcedores do Juventude e um dos melhores momentos recentes da história alviverde. É até difícil descrever a atmosfera daquele momento. Estádio lotado, mais de 18 mil pessoas e uma expectativa muito grande, aliada a um certo receio de que o Juventude conseguiria ganhar a partida contra o Imperatriz-MA e voltar para a série B.
O ambiente no Alfredo Jaconi, a torcida animada e feliz com o momento, uma noite de temperatura amena. Tudo apontava que o final daquela noite seria agradável. Seria difícil, um jogo duro. Diante dos jogos daquele ano, das dificuldades enfrentadas, não tinha como imaginar que seria fácil. Mas tudo apontava que o final daquela noite seria agradável. Expectativa alta para às 20h.
Eis que o jogo começa e um ser iluminado, na melhor noite e partida de sua carreira, faz um gol aos quatro minutos e outro aos 17, deixando todo o estádio em êxtase, pulsante. Era quase inacreditável aceitar que em poucos minutos de jogo parecia que tudo estava resolvido. Sabemos como é o futebol, mas essa era a sensação.
O sentimento de que então deu certo, o Juventude vai voltar para a série B, o objetivo foi alcançado. E aquela noite agradável se tornava um momento histórico. Aos 15 do segundo tempo ele faz seu terceiro gol na partida, o quarto da equipe.
Esse ser iluminado é Renato Cajá, o meia que tornou aquela noite especial. O jogador que teve a melhor noite de sua carreira, que tirou um peso das costas da torcida com seu gol de falta logo aos quatro minutos de jogo. E que, aos 17, trouxe a explosão da torcida seguida da tranquilidade, pois o objetivo estava muito próximo.
E o resultado todos nós sabemos. O Juventude subiu para a série B em noite iluminada de Renato Cajá. Inesquecível! Obrigado, Cajá, por aquela noite especial!
Mas esse Renato Cajá, jogador iluminado e diferenciado, não foi mais visto pelos gramados depois disso. Foram poucos jogos no início de 2020 por conta da pandemia. E agora com o retorno ao futebol é possível constatar que esse jogador que conhecemos já cumpriu o seu papel nos gramados. Não tinha nem interesse em continuar no Juventude esse ano, queria ficar na Ponte Preta, onde já atuou e estava jogando no final do ano passado, depois do término da série C com o Juventude. Tem proposta para trabalhar na comissão técnica do clube de Campinas depois de se aposentar dos gramados.
E o que foi possível ver no campo é que talvez seja uma boa alternativa. É difícil lembrar quando Renato Cajá acertou vários passes em uma mesma partida. Perdeu um pênalti em um jogo contra o Cruzeiro, onde praticamente atrasou a bola para o goleiro Fábio na hora do chute. Erra passes com frequência e não colabora mais para o ataque do time. Definitivamente não passa por uma boa fase.
Aos 36 anos, Renato Cajá talvez esteja mais perto de seus dias no comando técnico de algum time, possivelmente a Ponte Preta, do que de ser aquele jogador que todos chegamos a conhecer.
A torcida do Juventude, sem dúvida alguma, é muito grata por Renato Cajá. Aquela noite de 9 de setembro, a vitória diante do Imperatriz-MA, os três gols, o ambiente daquela partida e o acesso garantido estarão sempre na memória.
Mas talvez tenha chegado o fim do seu ciclo, pelo menos no Juventude. Devemos aceitar esses momentos. Que a vida dele seja ótima. Mas talvez não mais nos gramados.
Obrigado, Cajá. E até logo!